terça-feira, 29 de abril de 2008

Ultimo pensamento!


Ultimo pensamento!


E se o mundo parasse agora,
Numa fração dessa hora,
E num ultimo pensamento,
Talvez um lamento,
A quem seria dirigido,
Quem seria o ungido,
O que deixei de fazer,
Aquilo que não pude ser,
O que eu queria ter,
Acho que não...
Acho que o ultimo pensamento,
Que por mim passaria bem lento,
Atravessando por meu coração,
Seria em tua direção,
A lembrança de te amar,
Só depois então o mar!


Santaroza

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Que droga!


Que droga!



Na terceira hora após a ultima badalada de zeros, você chegou, trazendo consigo uma garoa fina e fria...
Não vou negar, embora acostumado, arrepio-me a alma, não pelo frio bafejado pela porta aberta num repente...
Arrepio-me o estado de abandono em que a vi, você parecia um borrão, um desenho mal feito por um pintor bêbado...
Não dava mais para eu chorar, o céu lá fora, já soluçava por mim, eu apenas podia sentir e lhe abraçar...
E foi assim, num abraço apertado peito contra peito, que você se abandonou sem uma palavra e adormeceu...
O cheiro da rua impregnou o quarto, seu perfume antes doce, se tornara acido, seu corpo jazia inerte na cama agora fria...
Pensei em nosso passado, pensei nesse nosso presente, vislumbrei meu futuro, vazio e solitário...
Que droga! Essa coisa ter vencido nosso amor!



Santaroza

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Nois!


Nois!


Somos a razão que margeia a loucura,
Quando estamos juntos nada nos segura,
Somos o desejo que explode em tesão,
Quando nos encontramos perdemos o chão,
Somos o par de ases desse jogo de cartas,
Baralho que a vida embaralhou ás fartas,
Somos o dia e a noite, o sol e a lua,
Somos o açoite de pele nua,
Somos o perfume e o vento,
Quando nos amamos tudo é lento,
Somos a explosão dos girassóis,
Cova e semente em nois!


Santaroza

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Eu você e as estrelas!


Eu você e as estrelas!


As estrelas se encontram distantes,
Furtivas a observar os amantes,
Retalhos de um cobertor,
São as vigias do amor!
Sinto falta de momentos assim,
Onde contávamos estrelas sem fim,
Você ria, eu ria também,
Só existíamos nós, mais ninguém!
Viajamos por galáxias desconhecidas,
Nos demos de presente nossas próprias vidas,
E cada estrela foi nossa testemunha,
Essa distancia eu jamais supunha!
Mas essa nossa historia ainda não findou,
Não é tela que alguém pintou,
Ainda temos as estrelas,
Assim... lhe vejo ao vê-las!


Santaroza

terça-feira, 22 de abril de 2008

Minha alma!


Minha alma!



O vento sopra minha alma,
Varre-a como se estivera deserta,
Talvez por crer que meu silencio seja derrota,
Talvez por achar que calado sou mudo,
Que não se enganem os tolos, como o vento,
Meu silencio é a ausência, qual os cemitérios,
Nem é tão pouco o éco das catedrais,
Silencio faço para me revestir de paz,
Em silencio me encontro com ouvidos no coração,
Por isso não se enganem os tolos, como faz o vento,
Minha alma é vulcão!


Santaroza

Entre aspas!


Entre aspas!



Prefiro ser vaiado por mentes abertas,
A ser aplaudido por mentes estanques!
Prefiro não ter chance alguma contra a morte,
A ter toda possibilidade de uma vida inútil!
Prefiro ser a verdade de meus erros,
Aos erros de algumas verdades!
Prefiro ter opinião e estar redondamente enganado,
A viver de citações e me encontrar entre aspas!


Santaroza

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Se não for assim...


Se não for assim...


Avesso aos ditames das regras,
Sigo em meu potro alazão,
Sonhos ao vento,
E pés no chão,
Muitas vezes tropecei,
E muitas as que errei,
Mas eu também gargalhei,
E ás vezes chorei,
Ma de tudo, o que valeu a pena,
Não foi ser o herói da cena,
Foi ter participado,
E comigo ter me encontrado,
Regras são para os conformados,
Eu nunca foi... Por ser alado,
Talvez mau maior pecado,
Talvez mau maior legado!


Santaroza

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Suave!


Suave!


Suave é o vento que te sopra,
A seda que te cobre,
O riso que te aflora,
O olhar que em ti brilha,
E o desejo que me toma!
Suave é a noite que desponta,
A lua que já nasce,
O beija flor que se deita,
O riacho já em prata,
O silencio na mata!
Suave é tua fala que me cala,
Teu olhar que me procura,
Teu braço que me toma,
Tua boca que me beija,
Meu olhar que te deseja!


Santaroza

terça-feira, 15 de abril de 2008

De todo lado!


De todo lado!



Tem um lado de mim
Que fala de amor,
O outro só sente a dor,
É aqui, é assim,
Não sei se o esquerdo ou direito,
Só sei que cala fundo no peito,
Não importa que seja dor ou amor,
Confunde-se entre o espinho e a flor,
Pois amor é carnaval, antes de ser vendaval,
Rompe com os paradigmas, e se torna enigma,
Quem pensa que entende, não imagina,
Quem acredita e se rende, se desatina,
É como miragem de deserto,
Parece que esta longe mas é perto,
Parece que é frio, mas é quente,
Parece que é manhã, mas é poente!



Santaroza

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Vida de gado!


Vida de gado!


Meu reflexo se faz nas águas de minha vida,
Espelho de minha alma de alegrias e feridas,
São partes de uma canção, versos de um poema,
Construção de meus acertos e também de meus dilemas,
Sou fruto do que arrecado, restos, sobras, capim mascado,
Afinal sou como gado, rumino a dor de já ter sido marcado!


Santaroza

Eu!

Eu!


Meu nome é José, mas também é João
Sou feito do barro, da areia do chão
Tenho partes de um, e de outro também
Sou dois sou um e ás vezes ninguém.
João é a emoção, José a razão
Uma luta constante entre o sim e o não
Uma mesma moeda de faces opostas
Um mesmo olhar de frente ou de costas.
Sou a mão que acerta e o erro da mão
O verso e o reverso de uma mesma poção
Sou o corte da faca com o cheiro da rosa
Sou o verso de amor num conto de prosa
Sou João José Santaroza!


Santaroza

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Lavas da vida!


Lavas da vida!



Minha alma se encontra deserta
Há por vir muita coisa incerta
É palpável o medo a aflição
Há silencio em meu coração!
Esperança é um resto sonho
Que ainda caminha tristonho
Tropeçando no vale da morte
Ainda em busca de sorte!
Tempos de muita incerteza
Sabe! Ofusca a beleza
Mas tento ser artista
Afinal sou otimista!
Creio na divina graça
Isso por certo, um dia passa
Embora seja dolorido
Chegarei ao campo florido!
Sei que haverá sombra e mel
Terei por coberta só o céu
Eu e minha esperança
E isso só será lembrança!


Santaroza

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Um sonho por navio!


Um sonho por navio!


Dizem que sou viajante solitário
Que somos sós, eu e meu corsário
Enganam-se. Tudo faz parte de mim
Pois sou um mistério sem fim.
Não escrevo poesia à toa
Poesia é alma que voa
Elas têem partes de mim
Se te tocam, tens a mim.
Posso parecer distante
Mas não sou um ser errante
Tenho olhos, alma e coração
Espalhados pelo céu e pelo chão.
Nunca serei solitário
Nem eu, nem meu corsário
Viver é meu desafio
Tendo o sonho por navio!


Santaroza

terça-feira, 8 de abril de 2008

Meu amor!


Meu amor!



Quem foi que disse ou te falou
Que meu amor já se acabou...
É como chuva de verão
Transborda rio e ribeirão...
Não tem parada
E nem morada...
Mas só pasta onde há flor
Afinal é o amor...
Não chega atrasado
Nunca é cansado...
Não tem freio ou direção
Nasce de toda paixão...
Não acabou e nem vai
Não é fruta que cai...
É tatuagem
É estigma, mensagem...
É mais que um poema
É em mim lema...
Um elo de ligação
De meu peito em tua mão!


Santaroza

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Isabela!


Isabela!



Vi o riacho das almas...
Era de águas correntes...
Era cercado de cedros...
Em leito de pedras azuis...
Carregando pétalas de rosas...
Corria num vale de sombras...
Tinha cheiro de hortelã...
E sussurrava baixinho.
Lá eu vi Isabela
Agora inda mais bela
Tinha um sorriso de flor
Num olhar de puro amor!
Caminhava de mãos dadas
Com duas formas aladas
Disse: vou viajar
E lá se foram pro mar!
Antes porém, disse Adeus
Mandou abraços pros seus
Disse que vai voltar
Sempre que alguém a sonhar!


Santaroza

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Prece!


Prece!


Senhor calo minha voz
Mas ouça meu coração
E acalma minha alma.
Olha para mim e em mim
Meu silencio é prece
Meu olhar é súplica.
Escuta meu coração
Meu pensamento fala
Minha alma grita.
Senhor da-me tua benção
Abra-me os caminhos
Devolva-me a paz.
Peço embora peque
Quero mas não mereço
Da-me por tua bondade!


Santaroza

terça-feira, 1 de abril de 2008

Dias!


Dias!



Hoje o dia foi longo,
Tempo para o amargo, o doce,
Quase como se fosse,
E vai terminar num ditongo!
Á noite não vai ter lua,
Á noite vai ser crua,
Sem condimento,
Menos que um lamento!
Contarei ovelhas,
Ou talvez as telhas,
Antes dos pesadelos,
Ou depois de tê-los!
Mas amanhã vira,
Sei que não é já,
Que não é agora,
Mas é depois da aurora!


Santaroza

Olhar de sedução!


Olhar de sedução!



Passa por minha mente
Serpente, me sente...
Olhar que me agarra
Me esbarra, na marra...
Sorriso que confunde
Me funde, contunde...
Mulher, atrevida,
Achada e perdida,
Suor de tentação,
Fogo no coração,
Frio que me domina,
Mulher e menina...
Mesa de bar, sem ar,
Luz azul, colorido de mar,
Me passa teu desejo,
Nosso encontro, um beijo!



Santaroza