segunda-feira, 10 de março de 2008

Desejo!


Desejo!



O encanto e o desejo me impulsionam rumo á tudo que me atrai. É uma corrente de maré quente que me arrasta, muitas vezes desviando-me de meu curo natural. Assim é que descubro muitos oásis, muitos espinhos, muitas rochas, e alguma água fria. Acho que isso é viver, crer na naturalidade de ser, buscar a simplicidade de viver e viver de acordo com o desejo e o impulso. No mais é filosofia, tese, recalque, vontades não realizadas, desejos abandonados, fuga. Quem não tem desejos não tem futuro, pois é do desejo encantado que surge a força que move a montanha, é do desejo que brota a esperança, porque desejar sem cobiça é o mesmo que querer com fé.

Santaroza

Rodas quadradas!


Rodas quadradas!



Há vezes em que meu mundo da voltas quadradas e me joga ao chão, me atordoa, me desgasta, me consome...
As vezes fico perdido entre o certo e o errado buscando respostas que sei que não virão, pois já estão comigo...
As vezes deixo o tempo passar em vão e me permito achar o caminho certo mesmo que tenha que tatear...
Há vezes em que as noites não são suficientes para apagarem os dias que se emendam uns nos outros...
As vezes amar, dói mais que as cicatrizes que inda trago no corpo, posto que fere a alma...
As vezes amar, é só a conjugação de um verbo que termina antes do infinitivo pessoal....

Santaroza

Água fria!


Água fria!
(em homenagem á aquela mulher)



Em pleno sol de meio-dia, haviam roupas no varal.
Roupas alvas, puídas, ainda rotas, mas lavadas.
Tremulavam ao vento passante como bandeiras.
Enquanto lavava a mulher cantava pra não chorar.
Pés descalços, água fria do riacho que corria e ria.
Na água seu reflexo aparecia mas o sol a retorcia.
No varal haviam roupas brancas lavadas na pedra negra.
A espuma fazia bolas que em prece iam ao céu redondas.
Enquanto lavava a mulher suava, e o rio ria e a lavava.
Ela não sabia, mas era “seu dia”! mesmo assim a água era fria, o rio ria, a roupa era rota, e ela sofria!


Santaroza